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sábado, 2 de março de 2013

MISTÉRIOS DO OLHAR



O sentido mais estimulado nos dias atuais, sem dúvida é a Visão...

As cores e formas estão assumindo uma exagerada valorização para a maioria das pessoas.
No entanto, nenhum órgão dos sentidos, isoladamente tem grande correspondência no sentido evolutivo; pois existe pela própria natureza uma cooperação entre eles, e interação que muitas vezes passa despercebida por nossa limitação natural.

Estou me sentido realmente incomodado pela variedade de propaganda que seguindo a mesma linha das Tevês – explora sem nenhum compromisso com estética e equilíbrio entre informação e formação – pela única e exclusiva direção de “vendagem de um produto”...
Há uma desconexão bem clara, e consequentemente uma lavagem cerebral, quando continuamente recebemos padrões de : comportamento, beleza, estética, opinião, etc... Sem nenhum compromisso com espiritualidade.

O que acaba “marcando” são as imagens recebidas diretamente pelo olhar – ao ponto de sufocar a importância de outros sentidos tão igualmente importantes e vitais.

De forma que, pouco me importa se o carro do ano está associado com algo tão subjetivo como a liberdade, pois certamente um bem material não tem capacidade de objetivamente trazer paz para ninguém; em grande parte das vezes, muito pelo contrário...

Se determinado cartão de crédito me dá “acesso” as melhores opções do planeta, pois a finalidade do mesmo, seria simplesmente atender minhas necessidades comuns e básicas – sem precisar de serviços internacionais, nem ao menos interplanetários.

Associar o padrão de beleza – masculino ou feminino a uma marca padrão de: roupa, shampoo, perfume, etc... Como se comprar determinado produto nos desse poder de transformação no que não somos e necessariamente não deveríamos ser – cada qual com sua própria característica (e principalmente aceitando-a); é mais criativo do que TODOS devidamente pasteurizados...     

E por fim, esta associação de Padrão de vida às pessoas mais novas – como se a flor da idade representasse possibilidades únicas de felicidade; e após os 40 nada mais restasse a não ser na condição de expectador/consumidor – admirar, imitar e se maravilhar com a indústria do olhar que vende um tesouro tão falso como limitado, quanto às reais possibilidades de evolução, tal como o processo contínuo e absoluto como é o da existência.

Logicamente que a vendagem é importante; porém, se ela está associada com ilusão; inclusive desempregam-se muitas pessoas que poderiam havendo criatividade divulgar determinado produto, sem os clichês de “padrões de Beleza”; além do que na pressa de realizar o “apelo ao consumo” atropelam-se por vezes, padrões de espiritualidade, que seriam importantes para conscientização e educação de uma Consciência Coletiva.

    Claudio Pierre

(Extraído do Registro METRALHA)

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