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quarta-feira, 27 de março de 2013

A Pálida Luz da Manhã de Inverno

A pálida luz da manhã de inverno,
O cais e a razão
Não dão mais 'sperança, nem menos 'sperança sequer,
Ao meu coração.

O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.

No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem menos sossego sequer,
Para o meu 'sperar.

O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

FERNANDO PESSOA

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