Certo homem nascera
cego. Nunca havia visto o sol e perguntou a respeito dele aos que podiam ver...
Alguém lhe
disse:
- “O formato
do sol é como o de uma bandeja de bronze”.
O cego deu
uma pancada na bandeja de bronze e ouviu-lhe o som.
Mais tarde,
ao ouvir o som de um sino, pensou que fosse o sol.
Depois
alguém lhe disse:
- “A luz do
sol é como uma vela”.
O cego
apalpou a vela e achou que essa era a forma do sol.
Mais tarde,
apalpou uma chave (grande) e pensou que fosse um sol.
O sol é
inteiramente diferente de um sino ou de uma chave, mas o cego não pode conhecer
essa diferença, porque nunca viu o sol.
Mais difícil
é ver a verdade (Tao) do que o sol e, quando as pessoas não a conhecem, são
exatamente como o cego.
Mesmo que se
faça o melhor para explicá-la por analogia e exemplos, ela ainda aparecerá como
a analogia da bandeja de bronze e da vela.
Pelo que se
diz da bandeja de bronze, imagina-se um sino, e pelo que se diz da vela,
imagina-se uma chave.
Desse modo,
cada vez mais afastado se fica da verdade.
Os que falam
do Tao às vezes lhe dão um nome de acordo com o que lhes ocorre ver, ou
imaginar que ele é, sem o haverem visto.
São erros
que acontecem no esforço para compreender o Tao.
Su-
Tungpo
1036-1101