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domingo, 10 de novembro de 2019

FORASTEIRO




A Sociedade aflita, estressada por conta da roda viva que sugestiona a existência para - que o tempo corre - quando em verdade é o Relógio Humano descompassado que acelera - busca refúgio no grande mercado do entretenimento, patrocinado pela mídia vazia, que enriquece facilmente seus Produtores e Colaboradores, na medida em que oferece às massas a fórmula – pouca profundidade e essência...

- Chamam isso de Cultura & Arte.

Enquanto isso, há um rebelde forasteiro, que parece sobreviver de favor...

Ao rebuscar algo espontâneo e original dentro de si, busca simplesmente compartilhar com o público ao seu redor, tendo como principal intuito – Unir com Alma – Sentimentos e Corações.

No entanto, por mais que divulgue seu Ofício, sua propaganda e sua linguagem, não tem como chegar:

Aos olhos de quem prefere enxergar o brilho artificial dos holofotes ao invés da luz do sol;
e
Aos ouvidos de quem não distingue a diferença entre a sutileza de uma cítara; e o alarido retumbante de uma turba...

Assim como sua Poesia D’alma não pode sensibilizar àquele que descrê do Poder da Palavra, pois este considera o Sentimento um mero “jogo de interesse”, “de momento” ...

Também sua intenção singela de contribuir para uma Unidade possível em prol de uma existência mais humana e fraterna entre os Seres é refutada pela máxima nefasta de que:

- Amigo é dinheiro no bolso; conforme “o interesse” que esteja em disputa.


Sob o aspecto das massas essa é a Crise na Arte e na Cultura.

Este é o desafio Atemporal sempre presente para o genuíno Artista – um Forasteiro – que sobrevive de favor perante uma Sociedade que pouco valoriza e reconhece sua contribuição como Profissional, tal qual a fábula – A formiga e a cigarra.  


A questão crucial é que => TODO OFÍCIO É SAGRADO!

Se parte desse Plano não entende e reconhece o Essencial,
ð Paciência...   


“Não ninguém faz samba só porque prefere, força nenhuma no mundo interfere, no Poder da Criação” – João Nogueira.


Os efêmeros conceitos de sucesso o insucesso – acidentes de percurso – nada tem a ver com a Sina do Forasteiro...

Qualquer que seja o seu samba – ele segue em Oração o Poder da Criação contido em si.


Claudio Pierre

(Texto dedicado a Amiga Iris Soares – Artista e Atriz e ao Universo de Forasteiros de modo geral).


quarta-feira, 6 de novembro de 2019

ALGUÉM E O SER


Alguém espalhou para a multidão

Que o sentido da vida consistiria na competição alucinada, visando a obtenção do status possível de superioridade vazia sobre o semelhante...

Isso explica a obsessão da turma da ostentação e da ganância, entre as diferentes classes sociais, cada qual em seu nível abecedário, interpretando o papel de “celebridade” em cada “flash da hora”.

Apesar dessa “maquiagem” O Ser desconfiou desse boato, e preferiu valorizar a Consciência sobre a relativa Unidade ao seu redor.


Alguém seduziu as massas

Mediante o apelo luxuoso da propaganda enganosa, que usa e abusa da cacofonia e do brilho artificial dos holofotes, vendendo aos incautos a ideia de que o poder do dinheiro compra as coisas impossíveis, subvertendo até mesmo a Essência da Verdade...

Isso explica o “eufemismo da politicagem de conveniência”, definido erroneamente como Política pela mídia, e a quantidade de zumbis manipulados pela sugestão de que não precisa esquentar a cabeça - basta seguir a “onda da roda viva”, deixando o destino para lá – pois sermos “representados” por outrem – que pensará por nós...

Talvez por isso, a sociedade aflita seja caracterizada pela ficção de uma mente predominante, apartada da Harmonia com:

O Sentimento que Humaniza

e

A Ação que Transmuta continuamente as Ilusões da nossa frágil Condição Humana para a Realidade Possível do nosso mais puro Sonhar.

  Apesar da Matriz O Ser não caiu nessa conversa, pois para Ele inexiste “a propaganda” e “o negócio” sem a comunhão devida / da Vida com a Alma.



      Claudio Pierre