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sábado, 19 de maio de 2012

ALERTA

Há um alerta estampado em cada rosto, trancafiado no fundo de cada consciência:
- Estamos mal, somos produtos do medo...

Não adianta taparmos o sol com a peneira,
A vergonha pelo orgulho de sermos "tidos" criadores,
Se nem ao menos podemos viver em paz.

Quando a solidão de uma existência vazia nos sufoca - recorremos ao sonho que embriaga.

Onde estão nossos meninos de rua, nossa alienante idéia de "curtir a vida"
Nossa herança de aflitos - prostrados na telinha que faz plim-plim
- vampiro eletrônico de nossa Energia.

Onde nossa Esperança; nossa Redenção; nosso poder de construção.

E pensar que toda essa capacidade criadora tem sido sugada por uma estrutura corrupta:
De governo, de políticos, de Imperialismo; a troco de uma Ilusão tão fugaz e vazia
- O poder dos poucos sobre os muitos - Zumbis do sempre.

Não se constrói a Esperança por detrás da estrutura imbecil de que fazemos parte.
Não dá prá enxergar um novo horizonte a reboque de tanta trapalhada.

O Alerta parte da consciência Individual, sem esse barulho infernal de nossa Natureza Robotizada.
     
    Claudio Pierre

=> do livro de Poesias Caminho(s)

=> meu comentário: Transformar ou mesmo contribuir de alguma forma para melhorar o mundo - essa é a "sugestão" que recebemos ao longo de nossas vidas juntamente com o conceito de que somos realmente os "cidadãos da sociedade"; contudo, as próprias estruturas da sociedade não desenvolvem e efetivamente possibilitam o exercício prático dessa condição.

Assim, essa "programação da globalização" acentua a solidão sinalizando para uma padronização de uma única forma de Pensar e seguir em uma única direção.
Ao mesmo tempo a telinha com sua "programação alienante", contribui para a imbecilização da consciência sobre valores do Ser.

Nesse contexto as cidades acentuam em muito os problemas sociais, a violência e a desumanidade de forma geral; afinal, vivemos sob a "ilusão" de que o que se passa exteriormente, ou seja, no plano material represente a Realidade; enquanto que aquele movimento subjetivo e interior de nossa consciência transcendente seja ignorado.

Esse é o efeito da "Roda Viva" tão bem caracterizado por Chico Buarque.

No entanto, sou daqueles que acreditam que o poder da Consciência Interior seja bem mais real do que se supõe.  

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