Estou relativamente feliz, não somente pelas conquistas
acumuladas, mas por ter também a noção das inúmeras derrotas que vivi e
viverei...
Vivo relativamente tranqüilo não somente pela dimensão
de uma paz interior no curso de minha jornada, mas por ter também consciência
dos inevitáveis confrontos de ansiedade entre a realidade possível dos nossos
sonhos em choque com a obsessiva visão materialista do concreto na Selva de
Pedra...
Sigo relativamente amoroso, não somente pela herança
materna daquela que me gerou, multiplicando assim o sentimento de amor pelo meu
semelhante, mas também pela percepção de que a figuração do inferno está
presente nessa nossa misteriosa Condição Humana...
Vibro como um instrumento da Arte de cada dia através:
da Música, da Meditação e da Poesia – construindo uma obra que expressa o
sentido original de meu curso; mas também tenho a ciência de que não seja essa
exatamente a motivação que movimenta a engrenagem da massa, que condiciona em
primeiro lugar ao ofício artístico (e tudo o mais) o acúmulo indiscriminado do
Ter...
Relativamente estou rico porque sinto que não há
dinheiro que pague o preço da leveza do Ser; embora seja inevitável a percepção
de que a verdade do Caminho nos reserve contato freqüente com nossas próprias
fraquezas e misérias...
Estou relativamente satisfeito comigo mesmo porque
mesmo após tantos anos, não cedi um milímetro das convicções diante do sol e da
chuva; mesmo assim, considero que aquele que se propõe a fluir não tem o
direito de julgar saber mais do que a sua ignorância original neste ciclo...
Tempo, Espaço e Vazio em harmonia => é o Curso de
Fluir relativamente em nosso movimento.
Claudio Pierre
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