Ele disse que
vinha voando.
Mas há tempos
eu pus
grades
redes
telas
nas
janelas.
Ele disse que
me inspira.
Mas há tempos
eu pus
ponto final
nos versos.
Só me
restam frases feitas.
Ele disse que
pulava da pedra
mais alta.
Mas há tempos
eu pus
camas infláveis
imensas.
Ele disse que
pulava o muro.
Mas lá fora
há cercas
eletrificadas
alarmes
sensores de presença...
Ele disse que
vinha me
acordar.
Mas há tempos
não durmo.
Não há mais
como
fechar os olhos.
Ele então
mudou os planos.
Nada disse.
E eu
há tempos
não ouvia
o silêncio.
Pouco pude fazer.
Ele disse que
vinha me
beijar.
Como se proteger
de uma canção?
(Fabiana Esteves)
(28/01/2012 – ouvindo
“Soprano”)
Um comentário:
Minha Cara Poetisa,
Bom rever seus versos por aqui...
Na manifestação poética "dialogamos" com nossa essência mais sutil, ela revela contextos de nossa jornada, fragmentos de nossa Unidade...
Com certeza esses "fragmentos" podem ser apreciados por aquele que se dispõe a perceber a natureza da nossa Condição Humana.
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