O Cúmplice
Crucificam-me e eu tenho de ser a cruz e os
pregos.
Estendem-me a taça e eu tenho de ser a cicuta.
Enganam-me e eu tenho de ser a mentira.
Incendeiam-me e eu tenho de ser o inferno.
Estendem-me a taça e eu tenho de ser a cicuta.
Enganam-me e eu tenho de ser a mentira.
Incendeiam-me e eu tenho de ser o inferno.
Tenho de louvar e de agradecer cada instante do tempo.
O meu alimento é todas as coisas.
O peso exacto do universo, a humilhação, o júbilo.
O meu alimento é todas as coisas.
O peso exacto do universo, a humilhação, o júbilo.
Tenho de justificar o que me fere.
Não importa a minha felicidade ou infelicidade.
Sou o poeta.
Jorge Luis Borges, in "A Cifra"
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
Não importa a minha felicidade ou infelicidade.
Sou o poeta.
Jorge Luis Borges, in "A Cifra"
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
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Meu comentário: Descobri recentemente esse Grande Poeta Argentino
24/08/1899 - 14/06/1986. //
... Apesar desse Plano ser como costumo dizer: - Um "Trem
Doido" - em contra partida podemos resgatar por meio de compartilhamentos
diversos a impressão sobre aquilo que representa e expressa a Essência
Atemporal da Humanidade. // Claudio Pierre
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