Páginas

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

POEMA DESENHADO

POEMA DESENHADO
        Para Maria Cilaine

No meio da página escrevo ao acaso a palavra MENINA
e, à sua magia, um caminho abre-se
para ela andar.

E como houvesse brotado a seus pés um arroio espiador,
uma ponte estendeu-se
para ela atravessar.

Mas a menina
agora parou
e do  meio da ponte namora encantadamente nas águas
a graça inacabada do seu pequenino rosto feito às pressas.

Às pressas...
(nem tive tempo de lhe dar um nome)

A vida é assim,
meninazinha sem nome...

A vida nem dá tempo para a Vida!


                                    Mário Quintana – Do Livro de Poesias Baú de Espantos (1986)

Nenhum comentário: