POEMA DESENHADO
Para Maria Cilaine
No meio da página escrevo ao acaso a palavra
MENINA
e, à sua magia, um caminho abre-se
para ela andar.
E como houvesse brotado a seus pés um arroio espiador,
uma ponte estendeu-se
para ela atravessar.
Mas a menina
agora parou
e do
meio da ponte namora encantadamente nas águas
a graça inacabada do seu pequenino
rosto feito às pressas.
Às pressas...
(nem tive tempo de lhe dar um nome)
A vida é assim,
meninazinha sem nome...
A vida nem dá tempo para a Vida!
Mário Quintana – Do Livro de Poesias Baú de
Espantos (1986)
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