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sábado, 17 de março de 2012

A ESCRAVA DA PALAVRA

Tua carne é fraca.
Eu de idéias sou feita.
Nunca morro,
nunca feneço.
Podes até tentar
- quem sabe? –
afastar-me.
em vão.
Sou carnívora.
completa
e de sentidos diversos.
Para sempre
eterna-mente
sempreviva.
E me instalo
preta
ou
branca
ou
ideia.
Devagar
vou te
digerindo
sugando
açoitando
( quem sabe no meio de tudo,
uma noite de amor...)
Trabalhas, trabalhas,
até que eu diga:
Chega!”
Remexo na tua chaga mais funda
com minha unha imunda
até vê-la moribunda,
quase morta
de PAIXÃO.

Fabiana Esteves

Um comentário:

almadelua disse...

A "condição do poeta" - impelido e direcionado a expressar em palavras a gama de emoções e sentimentos de seu Universo subjetivo é fascinante...

O leitor pode apenas se "aproximar" desse complexo contexto, em cada imagem retratada pelo conjunto dos versos poéticos.

Creio que é assim que funciona => E vale a pena!!!

Só lamento que as pessoas de modo geral, dediquem pouco espaço ou atenção, do seu tempo real para "captar" essa mensagem.

Mesmo assim: => Continua valendo a pena a Poesia.

.P.S. Particularmente gosto da sua forma de escrever, pois me parece que você busca retratar em seus Poemas a sua realidade, o seu cotidiano.
Com afeto,
Claudio Pierre