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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

MAIS DIFÍCIL E VER A VERDADE DO QUE O SOL


Certo homem nascera cego. Nunca havia visto o sol e perguntou a respeito dele aos que podiam ver...

Alguém lhe disse:
- “O formato do sol é como o de uma bandeja de bronze”.

O cego deu uma pancada na bandeja de bronze e ouviu-lhe o som.

Mais tarde, ao ouvir o som de um sino, pensou que fosse o sol.

Depois alguém lhe disse:
- “A luz do sol é como uma vela”.

O cego apalpou a vela e achou que essa era a forma do sol.

Mais tarde, apalpou uma chave (grande) e pensou que fosse um sol.

O sol é inteiramente diferente de um sino ou de uma chave, mas o cego não pode conhecer essa diferença, porque nunca viu o sol.

Mais difícil é ver a verdade (Tao) do que o sol e, quando as pessoas não a conhecem, são exatamente como o cego.

Mesmo que se faça o melhor para explicá-la por analogia e exemplos, ela ainda aparecerá como a analogia da bandeja de bronze e da vela.

Pelo que se diz da bandeja de bronze, imagina-se um sino, e pelo que se diz da vela, imagina-se uma chave.

Desse modo, cada vez mais afastado se fica da verdade.

Os que falam do Tao às vezes lhe dão um nome de acordo com o que lhes ocorre ver, ou imaginar que ele é, sem o haverem visto.

São erros que acontecem no esforço para compreender o Tao.

                                          Su- Tungpo
                                          1036-1101       

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