LANTERNA DOS AFOGADOS
Dimas de Fonte
Da lógica ou da
incerteza da vida
Tiramos as respostas
Que são voláteis como
uma brisa
Somem no ar após alguns
instantes
Há os que buscam no
credo
Outros numa garrafa de
bebida
Há também aqueles que
consolam-se
Com a idéia de não
haver nenhum
Deus
“Somos todos formigas
num cosmo
sem sentido”
De cada lado há alguém
tentando
explicar
Segurando qual
náufrago,
A tábua da salvação;
Porque o importante é
acreditar,
mesmo que se acredite,
que não se acredita em
nada.
O homem é o que ele
pensa.
Acha-se ligado a uma
explicação
Como a um cordão umbilical,
Traz a profunda mágoa
De não ver nada além
Do seu próprio nariz.
E mesmo assim,
Acha que a sua
mediocridade
É a medida de todas as
coisas.
//
DADOS PESSOAIS
Dimas de Fonte
Seu nome era Salete,
mas ela não gostava dele. Tinha os olhos tristes,
mas não por causa do
nome (ela ria sozinha quando pensava que seu
nome fosse o
diminutivo de sala em algum dialeto perdido). Era por
causa do Márcio. Dele
ela gostava, mas o Márcio não gostava dela.
Salete era pequena,
mas tinha um coração grande, do tamanho do
mundo e igualmente
doce. Tinha na vida apenas um medo e um defeito.
Seu maior medo era
ficar louca. Não de amor. Esse ela queria
todinho com A
maiúsculo. O único defeito? Era gostar de quem não
gostava dela.
//
Meu comentário: Dimas de Fonte é um
dos Artistas que compõe a Axé Tupâ – Trupe Experimentalista e
Revolucionária de Multi Arte e Multitude – recomendo a pesquisa pela Internet desse Grupo
composto por: Poetas, Músicos, Atores, Fotógrafos, Desenhistas e toda sorte
de
artistas. // A Turma da Arte é Boa e Resiste com Seu Movimento => dentro ou fora da mídia. / Claudio Pierre
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