Breve!
João
Ximenes
Em tudo o que é breve!
O teu futuro é em breve!
O tão esperado grande amor? Em breve!
O tão aguardado concurso? Em breve!
O tão abençoado firmamento? Em breve!
Tão impaciente o homem
Que a nós, enfim, declara-se:
O que é breve não se espera!
O que é breve a gente execra!
O que é breve é irritante,
O que é breve é doentio,
O que é breve me apodrenta
E me adultera!
Breve és o inferno do tempo
Para quem sempre o espera!
O teu futuro é em breve!
O tão esperado grande amor? Em breve!
O tão aguardado concurso? Em breve!
O tão abençoado firmamento? Em breve!
Tão impaciente o homem
Que a nós, enfim, declara-se:
O que é breve não se espera!
O que é breve a gente execra!
O que é breve é irritante,
O que é breve é doentio,
O que é breve me apodrenta
E me adultera!
Breve és o inferno do tempo
Para quem sempre o espera!
João Ximenes
// Meu comentário: A ideia da brevidade se
confunde com a superficialidade; contudo, nem sempre aquilo que é
“aparentemente” breve, desde que intensamente experimentado / compartilhado
(como por exemplo: a execução de uma “breve” peça musical pelo músico e sua
apreciação pelo ouvinte atento; ou até mesmo o efeito mágico e inebriante das
palavras e da poesia para o escritor e o leitor) será superficial... A questão
está na utilização do nosso precioso Tempo com o mínimo de superficialidade.
//
EÓLICOS
Fabiana Esteves
Ela me
disse que voava.
Eu não acreditei.
Não tinha tempo
Para asas e ventos.
Eles moravam
Do outro lado da curva
Onde jurei
Que não ia mais.
No entanto ela chegou
Assim de manso
Dizendo sempre sim
As marés
Aos luares
E auroras
Traçando a lápis
As rotas
Para que se fosse preciso
Apagar
Ficasse a marca fraca
Do desenho
E o caminho
Poderia ser outro
Outra flecha eólica
Alcançando
A rosa dos ventos
Os moinhos
As rodas gigantes
Os teleféricos
E tudo o mais
Que traçasse
Estradas de algodão.
Tocar os pés no chão
Seria apenas um detalhe.
Eu não acreditei.
Não tinha tempo
Para asas e ventos.
Eles moravam
Do outro lado da curva
Onde jurei
Que não ia mais.
No entanto ela chegou
Assim de manso
Dizendo sempre sim
As marés
Aos luares
E auroras
Traçando a lápis
As rotas
Para que se fosse preciso
Apagar
Ficasse a marca fraca
Do desenho
E o caminho
Poderia ser outro
Outra flecha eólica
Alcançando
A rosa dos ventos
Os moinhos
As rodas gigantes
Os teleféricos
E tudo o mais
Que traçasse
Estradas de algodão.
Tocar os pés no chão
Seria apenas um detalhe.
//
=> Meu comentário: Desde que a Paixão da Arte nos Alcance em suas múltiplas manifestações - não temos como - no Tempo, de fugir ao seu Encanto... Que de fato é aquilo que nos Move e Inspira a Seguir e Caminhar com mais Esperança - mesmo que não houvesse Amanhã...
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