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sábado, 12 de abril de 2014

REFLEXÕES SOBRE A ARTE E CULTURA

Há muitos anos (não que representasse o Ideal) a fórmula que privilegiava a diversidade de manifestações artísticas consistia: dos famosos Festivais na TV´s, Circuitos Universitários, e um acesso menos burocrático de Música nas Escolas. Nessa atmosfera foram revelados diversos Músicos de qualidade, pois nesse contexto havia um nível bem maior de receptividade do público. 

Hoje, ressalvando-se as exceções, na medida em que essa perspectiva foi substituída pela ótica subliminar do Marketing a serviço da Globalização – entenda-se => lucro imediato voltado às massas, onde não existe grande preocupação com formação de consciências, pois o sentido final não é a Cultura na medida em que somos “induzidos” a ter muita pressa... enfim => “tempo é dinheiro” (e para que “perder tempo” entendendo/ sentindo uma mensagem musical mais profunda?!?)...

Nesse contexto, ganhou forma a figura do “intermediário”´- que seria aquele que “supostamente” faz o link entre a Arte e o Público – sobretudo na perspectiva atual é aquele que vai conseguir viabilizar Projetos que patrocinem o Artista em espaços para mostrar o seu trabalho; pois decididamente é quase impossível transpor esse formato sem essa intermediação.

Nesse contexto, também com exceções, esse profissional não está decididamente preocupado com Cultura, Educação, Formação de Consciências ou algo que valha. O que ele aprende é como calcular e como ganhar dinheiro em um mercado que basicamente é o de Compra e Venda.

ð  Nesse contexto tem predominado um tipo de enfoque meramente Comercial oferecido as massas – tanto no que diz respeito à Cultura quanto a Educação.

Esse fenômeno não ocorre apenas na área Musical, os tais “Empresários” atuam em diversos segmentos: do Futebol até a Educação e a Cultura...

Com relação a essa intermediação na área da Cultura, por mais incrível que pareça até respeito esse tipo de conduta; mas, decididamente não é a proposta que todo Artista concorde. Eu por exemplo, não concordo com isso, pois confio na ação transformadora/revolucionária que a Música promove no aspecto Humanidade, sendo o  Músico um Instrumento fundamental dessa mensagem.

Em função desse contexto, não só em relação à Arte e a Cultura, como também em diversas áreas focadas na Educação e na Autoconsciência, aparentemente, estamos uma encruzilhada => além da falta de qualidade e aprofundamento no ensino, inclusive o musical, que contém matérias de grande importância como percepção, teoria musical, harmonia etc...; Existe também um fator pouco aprofundado:

 => O Estudo sério requer muito esforço, paciência e perseverança, sobretudo Amor - bem como uma capacidade pessoal e subjetiva de armazenamento de Energia Vital para esse processo subjetivo e contínuo de desafios => são essas dificuldades / obstáculos  que fazem a diferença entre aprender mesmo alguma coisa ou não... Esse Espírito de Estudo é que dá Juventude.

=>Estudar com seriedade não é “um passeio descompromissado pelo parque”...

=>Estudar com seriedade não é algo que se obtenha como uma moeda de troca para uma mera obtenção de títulos “comprados” à custa de um período “fatídico” que tão logo finalizado será devidamente “deletado”, pois o objetivo final foi a ascensão monetária que  determinado título acadêmico conduz...

Por essas e por outras, hoje em dia o  que predomina é essa inércia coletiva que aceita a tese de que “qualquer coisa” => desde que seja veiculada nesse “formato midiático”, seja expressão de Cultura.

Parece-me que essa tese é uma “típica manipulação” que atende a um mercado de consumo voltado para as massas que ignoram algo tão precioso e sutil como a essência do conhecimento – seja ele formal ou informal.     

 A verdadeira Arte Musical está num patamar muito além daquilo que convencionamos a crer socialmente "como um mero entretenimento"...  

E a impressão do ouvinte, devidamente consciente e culto (formal ou informalmente) é sagrada; bem como a inspiração que motiva o compositor a criar.




      Claudio Pierre

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