Há muitos anos (não que representasse o Ideal) a fórmula que
privilegiava a diversidade de manifestações artísticas consistia: dos famosos
Festivais na TV´s, Circuitos Universitários, e um acesso menos burocrático de
Música nas Escolas. Nessa atmosfera foram revelados diversos Músicos de
qualidade, pois nesse contexto havia um nível bem maior de receptividade do
público.
Hoje, ressalvando-se
as exceções, na medida em que essa perspectiva foi substituída pela
ótica subliminar do Marketing a serviço da Globalização – entenda-se =>
lucro imediato voltado às massas, onde não existe grande preocupação com
formação de consciências, pois o sentido final não é a Cultura na medida em que
somos “induzidos” a ter muita pressa... enfim => “tempo é dinheiro” (e para que “perder tempo” entendendo/
sentindo uma mensagem musical mais profunda?!?)...
Nesse contexto, ganhou forma a figura do “intermediário”´-
que seria aquele que “supostamente” faz o link entre a Arte e o Público –
sobretudo na perspectiva atual é aquele que vai conseguir viabilizar Projetos
que patrocinem o Artista em espaços para mostrar o seu trabalho; pois
decididamente é quase impossível transpor esse formato sem essa intermediação.
Nesse contexto, também
com exceções, esse profissional não está decididamente preocupado com
Cultura, Educação, Formação de Consciências ou algo que valha. O que ele
aprende é como calcular e como ganhar dinheiro em um mercado que basicamente é
o de Compra e Venda.
ð Nesse
contexto tem predominado um tipo de enfoque meramente Comercial oferecido as
massas – tanto no que diz respeito à Cultura quanto a Educação.
Esse fenômeno não ocorre apenas
na área Musical, os tais “Empresários” atuam em diversos segmentos: do Futebol
até a Educação e a Cultura...
Com relação a essa intermediação
na área da Cultura, por mais incrível que pareça até respeito esse tipo de
conduta; mas, decididamente não é a proposta que todo Artista concorde. Eu por
exemplo, não concordo com isso, pois confio
na ação transformadora/revolucionária que a Música promove no aspecto
Humanidade, sendo o Músico um
Instrumento fundamental dessa mensagem.
Em função desse contexto, não só
em relação à Arte e a Cultura, como também em diversas áreas focadas na
Educação e na Autoconsciência, aparentemente, estamos uma encruzilhada => além da falta de
qualidade e aprofundamento no ensino, inclusive o musical, que contém matérias
de grande importância como percepção, teoria musical, harmonia etc...; Existe
também um fator pouco aprofundado:
=> O
Estudo sério requer muito esforço, paciência e perseverança, sobretudo Amor - bem
como uma capacidade pessoal e subjetiva de armazenamento de Energia Vital para
esse processo subjetivo e contínuo de desafios => são essas dificuldades / obstáculos que
fazem a diferença entre aprender mesmo alguma coisa ou não... Esse Espírito de
Estudo é que dá Juventude.
=>Estudar
com seriedade não é “um passeio descompromissado pelo parque”...
=>Estudar
com seriedade não é algo que se obtenha como uma moeda de troca para uma mera
obtenção de títulos “comprados” à custa de um período “fatídico” que tão logo
finalizado será devidamente “deletado”, pois o objetivo final foi a ascensão
monetária que determinado título
acadêmico conduz...
Por essas e por outras, hoje em dia o que predomina é essa inércia coletiva que aceita
a tese de que “qualquer coisa” => desde que seja veiculada nesse “formato
midiático”, seja expressão de Cultura.
Parece-me que essa tese é uma “típica
manipulação” que atende a um mercado de consumo voltado para as massas que
ignoram algo tão precioso e sutil como a essência do conhecimento – seja ele
formal ou informal.
A verdadeira Arte
Musical está num patamar muito além daquilo que convencionamos a crer
socialmente "como um mero entretenimento"...
E a impressão do
ouvinte, devidamente consciente e culto (formal ou informalmente) é sagrada;
bem como a inspiração que motiva o compositor a criar.
Claudio Pierre
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