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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

MANUEL BANDEIRA E AGENOR DE OLIVEIRA => ENCONTRO INUSITADO ENTRE DOIS POETAS SOB UMA TEMÁTICA SEMELHANTE: BUSCANDO SE ENCONTRAR...

Manuel Bandeira natural de Recife 19/04/86 – 13/10/68.

Vou-me embora pra Pasárgada é um poema de Manuel Bandeira, publicada no livro Libertinagem em 1930. O poema de características modernistas evoca um escape do poeta para um lugar melhor, fugindo da sua realidade.

Vou-me embora prá Pasárgada
                                     Manuel Bandeira
   
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe - d’água.
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

//

Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola,natural do Rio de Janeiro, 11/10/1908 – 30/11/1980.

(Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da Música Brasileira) 


Preciso Me Encontrar
                     Cartola

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir prá não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir prá não chorar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir prá não chorar...






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