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terça-feira, 3 de julho de 2012

Sou uma mulher de três histórias, todas sem fim.



A minha história na alfabetização começou por acaso quando, na faculdade, encantei-me com os textos da Emilia Ferreiro. E mais tarde, trabalhando de maneira bem diferente do que se fazia usualmente nas escolas, com o despertar da leitura e escrita dos meus alunos da prefeitura do Rio de Janeiro. Evoluiu quando compartilhei meus saberes na formação de professores alfabetizadores na SME  e continua hoje, na escola, como orientadora pedagógica. No entanto, ela não tem fim porque um pouco de tudo que vivo, construo, aprendo e sinto, como é compartilhado, seja bom ou ruim, ou parte do caminho, fica, de um jeito ou de outro, naquele que comigo somou em existência.
A minha história na literatura começou quando minha mãe e professora na época, instituiu o “Caderno de criatividade” no lugar das aulas de redação e comecei a achar que poderia escrever. Alimentou-se nos encontros mensais do extinto Poexistência e hoje continua nas publicações ocasionais para novos autores e nos cinco blogs que alimento. não escolho escrever, sou escrava da palavra. No entanto, ela também não tem fim porque os livros mudam de lugar, as palavras lidas ou ouvidas permanecem em algum canto da memória, os sites correm mundo e as gavetas se abrem ainda que voltemos ao . Escrever é buscar a imortalidade.
A minha história na maternidade começou num desejo imenso de ser muitas. O desejo tanto cresceu que se multiplicou em dose dupla. Hoje ela continua nos primeiros sorrisos, palavras, beijos, danças e gracinhas das minhas en-cantáveis meninas. E alimenta as outras duas histórias. No entanto, ela também não tem fim porque escrevemos todos os dias, a oito mãos, uma página. Páginas de um livro – a gosto de eterno - onde de tudo fica um pouco, onde fica um pedaço de mim, ou melhor, dois pedaços, cada um em seus diferentes contornos, mas sempre pedaços de mim.

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